quarta-feira, 21 de maio de 2014

Mão Morta: PsicoPortugal

HORAS DE MATAR 

hoje sinto-me resmungão como tudo 


mesmo a ressaca da cidade me faz impressão 


pequenas brigas eclodem por todo o lado 

deixando perceber que o mal-estar é geral 
os pêlos eriçados como navalhas 

também pelo meu relógio 

são horas de matar 

la la la la la la la la la la la la la la la la la la la la la 


o clamor começa a multiplicar-se 

com a multidão selvagem 
a formar um corpo furioso 
uma máquina demente 
sedenta de sangue 

já a polícia é despejada aos magotes pelas ruas 

mas não há aparato repressivo que sustenha 
a ira das massas embriagadas pelo desespero 

ultrapassado o limite do ultraje 

toda a violência é legítima autodefesa 

também pelo meu relógio 

são horas de matar 

la la la la la la la la la la la la la la la la la la la la la